Longas Metragens
São 4 as longas metragens portuguesas
em competição:
Estive
em Lisboa e Lembrei de Você de José Barahona, produção David&Golias, recria a história de um emigrante
que troca Minas Gerais por Lisboa.
O
Lugar Que Ocupas de Pedro Filipe Marques com produção de Três Vinténs, é uma reflexão
em registo ensaístico sobre espelhos, representar, teatro e a vida que os
infiltra. Uma reflexão sobre o trabalho de ator.
Paul
de Marcelo Feli, produzido pela C.R.I.M. Produções, explora
engenhosamente as fronteiras entre criação e objecto através de uma
"legendadora” de filmes que mergulha na obra que tem em mãos, levando-a a criar
um filme dentro de um filme, ao ponto de nos deixar a dúvida de quem está efetivamente
a criá-lo
Treblinka de Sérgio
Tréfaut com produção da FAUX, é uma
viagem guiada por Isabel Ruth à memória do holocausto, pelos caminhos férreos
que ligam hoje Polónia, Rússia e Ucrânia.

Curtas Metragens
O IndieLisboa conta com 17
curtas—metragens portuguesas em competição:
A
Guest + A Host = A Ghost de Jorge
Jácome, produzido por Le Fresnoy, mostra
um jogo de palavras a continuar numa
associação livre em equações visuais até chegar à solução.
Ascensão de Pedro Peralta, produzido pela Terratreme Filmes, acontece numa sequência de 3 planos
combinada com a transformação mortificada da sua narrativa: o cinema como
matéria de milagres.
Balada
de um Batráquio de Leonor Teles, produzido por Uma Pedra no Sapato, e em
destaque no Festival de Berlim, aparece-nos como um gesto que é tão pessoal
como ativista, a desfazer preconceitos sobre a comunidade cigana.
Cabeça
d’Asno de Pedro Bastos, produzido por Bando à Parte, é uma experiência sensorial em
diferentes suportes cinematográficos, entre o diário filmado e o ensaio sobre a
natureza das imagens.
Campo
de Víboras de Cristèle Alves Meira, produzido pela Ukbar Filmes e filmado em Trás-os-Montes, e
mostra-nos uma história de mistério e más línguas durante as Festividades dos
Caretos;
Chatear-me-ia
Morrer Tão Joveeeeem…de Filipe Abranches, produzido por Animais Avpl e Nuno
Amorim, retrata a vida nas trincheiras durante a primeira grande guerra, a
partir da lama, gases tóxicos, do sangue e das águas estagnadas.
O
Desvio de Metternich de Tiago Melo Bento, produzido por
Corredor Associação Cultural, é um
filme que nos mostra Leopoldina de Hasburgo a viajar ao encontro de D.Pedro I
(do Brasil), para dar de caras com um paraíso no meio do Atlântico,
O Desvio de Metternich.
Heroísmo de Helena
Estrela Vasconcelos, com produção da Escola
Superior de Teatro e Cinema de Lisboa, mostra-nos um rapaz a
viver às escondidas num centro comercial abandonado, numa desolação preenchida
pela visita de uma rapariga.
The
Hunchback de Gabriel Abrantes e Ben Rivers, coproduzido por A Mutual Respect e Galeria Zé dos Bois, e baseado num conto de As Mil e uma Noites, The Hunchback, a
acompanhar um programa de reintegração emocional simulando outras épocas e
outros géneros cinematográficos.
Live
Tropical Fish, produzido
e realizado por Takashi Sugimoto que se estreia na
realização com este filme feito de longos planos fixos sublimes, a preto e
branco.

Macabre de
Jerónimo Rocha e João Miguel Real, produzido por Take It Easy Produções ,
conta-nos a história de um homem depois de um acidente de carro num bosque, que
o leva a uma casa muito sombria. O filme é construído a partir de um compêndio
de situações do cinema gótico.
Menina de Simão Cayatte, produzido por BRO Cinema, é
passado durante o Estado Novo e mostra-nos uma "rapariga ideal” a começar a
suspeitar dos atrasos do marido. O filme é um elegante exercício de
reconstituição e mine-en-scène.
Rochas
e Minerais, realizado
e produzido por Miguel Tavares, mostra-nos um hotel
carregado de memórias de infância, num ambiente de verão recheado de banhos de
sol e silêncios.

Sem
Armas de Tomás Paula Marques e produzido por
Miramar Filmes, é
passado num prédio em ruínas onde se juntam uns rapazes cuja amizade é o elo
mais fraco quando se fica
sem armas.
O
Sul de Afonso Mota, produzido pela
Germinal, é um conjunto de memórias de uma
viagem à América do Sul recompostas em cartas, fotografias e videos que são uma
janela para o passado.
Transmission
from the Liberated Zones de Filipa
César, produzido por Bright Dot P.C., passado nos anos 70 onde um grupo sueco
visita regiões já livres do colonialismo português, com o filme a recuperas as
suas imagens e testemunhos num exercício performativo que as situa no presente.
Viktoria de Mónica
Lima, produzido por
Deutsche Film- und
Fernsehakademie, é um filme onde vemos Viktoria, uma campeã de corrida em
cadeira de rodas que descobre um novo
andar. um filme a retratar aquilo que escondemos dos outros e de nós.
IndieJúnior
Esta é uma secção dedicada aos mais
novos e contribui para a sua formação estético-cultural, e para além
dacexibição de vários filmes conta ainda com atividades para miúdos e graúdos.
Aqui temos 3 filmes portugueses.
Dona
Fúnfia – Volta a Portugal em Bicicleta, de Margarida Madeira e
produção de Pickle Films
mostra-nos uma Dona Fúria determinada, a vestir um par
de calças e a lançar-se num passeio por Portugal.
Os Putos da Estrela realizado e produzido por Carolina
Caramujo Machado dá-nos respostas às perguntas feitas a crianças sobre o que
querem ser quando crescerem e aquilo que querem ver num filme.

Tempo
para Pensar, feito pelos alunos do 6º ano do Colégio Padre Arrupe que
também produziu, a mostrar-nos um Rei sempre com pressa mas que começa a dar
valor às pausas.
Novíssimos
Conjunto de filmes de jovens
cineastas a dar os primeiros passos. Uns a realizar o filme em contexto
escolar, outros mais destemidos ao ponto de realizar sozinhos a sua primeira
obra. Aqui temos 8 filmes portugueses.
A
Minha Juventude, de Rita Quelhas e produzido pela Escola Superior de Teatro e Cinema (ESTC)
mostra-nos uma casa sombria e cheia de testemunhos do passado, três gerações
presentes e uma promessa.
Hora
di Bai de Bruno Leal e produção de ESTC, apresenta-nos a uma
expressão que se refere ao "evasionismo” do povo de Cabo Verde, com o filme a
mostrar a iminência da destruição do Bairro 6 de Maio e dos laços entre quem lá
vive.
Jean-Claude realizado
e produzido por Jorge Vaz Gomes é uma investigação sobre uma família nos dias
que antecederam a Segunda Grande Guerra a partir de placas fotográficas dos
anos 30.
Maxamba com realização e produção de Sofia Borges e Suzanne
Barnard, foca-se num casal de alfaiates de origem indiana que vêm de
Moçambique, depois de terem visto o seu bairro destruído. Um arquivo da memória
de quem lá vivia.
Não-Tempo,
realizado e produzido por Francisco Duarte, explora os intervalos a que se
permanece confinados nos "não-lugares”, através de imagens captadas em
transportes públicos.

Prefiro
Não Dizer de Pedro Augusto Almeida e produção de
Riot Filmes onde
vemos uma entrevista de trabalho, dois amigos, favores, futebol, cigarros,
segredos e mentiras.
Borda
d’Água de João Viegas e Miguel Canaverde, produzido pelo
Instituto Politécnico de Tomar passa-se
junto ao Tejo, à
borda d’água, numa
aldeia que ainda preserva a mestria da pesca à lampreia e ao sável no corpo de
um casal idoso, onde tudo o que tem um principio tem um fim.
Vigília,
realizado e produzido por Ana Mariz faz-nos acompanhar uma seminarista
timorense entre a comunhão religiosa e o isolamento da língua e da cultura.
Sessões Especiais
Estas sessões incluem a programação
de 5 filmes portugueses, entre eles a estreia de O Cinema, Manoel de Oliveira e Eu e A Vossa Terra:
A
Vossa Terra de João
Mário Grilo e coproduzido por Costa do
Castelo e Cinemate,
mostra-nos Gonçalo Ribeiro Telles, famoso arquiteto paisagista responsável por
alguns dos mais bonitos jardins do país.
Cartas
da Guerra de Ivo Ferreira, com produção d’O Som e a Fúria, vem diretamente da competição
internacional de Berlim e adapta a obra do escritos António Lobo Antunes
composta por cartas que escreveu à mulher durante o tempo em que esteve no
Ultramar, contando o que vê, o que sente e abrigando-se do pior.

A
Ilha dos Ausentes de José
Vieira, e uma coprodução lusofrancesa a cargo de Kintop e Supersonic films, é
um filme que traz a experiência do realizador quando emigrou, que lhe deu um
outro olhar sensível, fundindo as suas
memórias à das situações dos emigrantes que regista.
O
Cinema, Manoel de Oliveira e Eu de João Botelho com produção de
Alexandre Oliveira, é um filme que mostra o vazio qua a morte do realizador
deixou no cinema português, num documentário de amor ao realizador, mas ao
mesmo tempo um documento contra o esquecimento de um dos maiores cineastas
portugueses.

Os
Cravos e a Rocha realizado e produzido por Luísa Sequeira, recorda a
presença disjuntiva e Glauber Rocha quando a 25 de abril de 1974 se junta ao
filme coletivo As Armas e o Povo.
Director’s Cut
Aqui temos filmes novos a mergulhar
na memória do cinema como sua principal inspiração e matéria-prima, com
documentários sobre realizadores, atores de culto e filmes experimentais a
retratar o panorama visual cinematográfico. Há um filme português:
O
Cinema que Vê de Beatriz
Saraiva e produzido pela Faculdade
de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, é um
ensaio feito de filmes dos Lumière, Verto e Varda.
IndieMusic
Com a música como epicentro, aqui
veremos documentados ou filmes-concerto sobre bandas e artistas de todo o
mundo. Portugal está representado com 2 filmes:
Tecla
Tónica realizado e produzido por Eduardo
Morais, é um olhar sobre a história da música electrónica portuguesa, desde os
seus primórdios na década de 1960 até ao panorama actual. Uma oportunidade para
se redescobrir a alquimia da pop electrónica
nacional.
A Long Way to
Nowhere de Caroline Richards, produzido por Demarz Productions, numa
coprodução inglesa e portuguesa, a retratar o percurso dos The Parkinsons, uma banda portuguesa de Coimbra,
quando tomaram conta da cena punk inglesa que se julgava defunta em terras de
Sua Majestade.