Começa amanhã um Festival sobre rodas

Esta iniciativa, que reúne quinze filmes comissariados pelo Festival e curtas-metragens nacionais e internacionais com o apoio do Festival de Cinema e Direitos Humanos de San Sebastian e da Casa da Animação e do Festival Monstra, irá decorrer entre os dias 11 e 13 de dezembro e propõe uma reflexão aprofundada em torno das temáticas das migrações e das diferentes instâncias da exclusão, conduzidos pela ANIMA VAM, um veículo gizado pela produtora de Cinema, Amarela Mecânica.

ANIMA VAM, enquanto conceito polissémico, parte de um cruzamento entre o cinema de animação e as ciências sociais, tendo como metáfora agregadora um veículo clássico camaleónico, ora tela, ora miniestúdio, ora sala de cinema mais pequena do seu mundo.

Após a incursão com o referido veículo, no passado mês de junho, ao Festival de Annecy, num tour de force com 101 filmes portugueses de animação em projeção constante por três Países, nos dias 11, 12 e 13, numa das suas múltiplas faces será realizada a primeira edição do Festival de Cinema ANIMA VAM, no teatro Afonso Fonseca em Braga.

Construído em torno, neste primeiro tomo, de quinze oficinas de imagens em movimento, no agrupamento de escolas Sá de Miranda, em Braga e de duas temáticas macro: as migrações e as diferentes instâncias da exclusão, seguirá em itinerância para outros contextos e geografias futuramente. A iniciativa ANIMA VAM é produzida pela Amarela Mecânica, sediada em Braga e conta com o apoio financeiro do ICA, Câmara Municipal de Braga e Programa Caixa Cultura da CGD.

No processo estão envolvidos mais de 300 alunos de diferentes contextos e níveis de ensino diversos e dez realizadores de diferentes espectros das imagens em movimento.

O festival celebrará a diversidade e o trabalho conjunto entre os jovens alunos, profissionais e talentos emergentes da animação portuguesa. Celebrando-se, nesse sentido, o próprio cinema português nas suas diferentes faces e intersecções. 

O certame contará também com curadorias externas consubstanciadas em duas secções paralelas, "Olhares Bascos” e "Esgares e lugares da Juventude em marcha” e fará um conjunto de debates em torno do processo destes duetos entre cinema de animação e intervenção social/ativismo social, com a presença de nomes como a Socióloga Paula Guerra* (sujeito a confirmação) ou a curadora/escritora Iraniana Afra Safa

Paulo D’Alva e Nuno Oliveira, coautores do FESTIVAL ANIMA VAM, referem que "o principal foco da nossa iniciativa é garantir que a reflexão em torno de temas fraturantes do mundo contemporâneo, pode ser concretizada, não só debatendo as referidas temáticas, com interlocutores diversos, em fóruns específicos para o efeito, mas também através do processo de construção coletiva de cineastas e jovens alunos de escolas da cidade de Braga, reiterando o compromisso da produtora Amarela Mecânica e as possibilidades da cinematografia de animação Portuguesa no processo. É fundamental dar espaço e tempo à linguagem das imagens e movimento, procurar diferentes lugares e diferentes audiências, nomeadamente aquelas que habitualmente não tenham acesso facilitado à mesma, num exercício de democratização da criação e literacia, seguindo o caminho já iniciado de desconstrução da "sala de cinema” em espaço público, da vulnerabilidade, espelhado em iniciativas como "Route to Annecy”, igualmente dinamizado pela produtora”

As quinze oficinas ANIMA VAM, de que resultaram quinze curtas-metragens, tiveram como temas: migrações; 25 de Abril; envelhecimento; medo e ódio; pesadelo digital; sons do mundo; casa poluição; cine mini, a partir das instâncias da exclusão; rostos do trabalho atual; Instâncias exclusão: Idade, grupos sociais, condição social; Aparência; TIK TOK, mais uma notícia falsa a caminho; Guerra.

Toda a informação da programação completa de ANIMA VAM, um Festival sobre rodas será atualizada nas redes sociais da Anima Van.