Olhares do Mediterrâneo com 12 produções portuguesas
15/09/2025
O festival, dedicado ao cinema feito por mulheres, regressa a Lisboa a 28 de outubro, com 63 filmes, de 29 países da Bacia Mediterrânica, 41 são estreias em Portugal.
Na abertura, o festival Olhares do Mediterrâneo vai estrear o documentário "Mulheres, Terra, Revolução", de Rita Calvário e Cecília Honório, (no Museu do Aljube) e exibir em Portugal, pela primeira vez de "Where the Wind Comes From", da realizadora tunisina Amel Guellaty, um filme que já passou pelos festivais de Sundance e Roterdão.
No total, este evento exibirá 63 filmes, 12 serão produções portuguesas. Entre as propostas destacadas pela organização, estão os filmes: "Guardadoras de Histórias, Guardiãs da Palavra", de Raquel Freire, em que escritoras de países do universo afro-luso-brasileiro falam de criação, memórias, periferias, resistências literárias e culturais, e "The Brink of Dreams", da dupla egípcia Nada Riyadh e Ayman El Amir, que venceu o prémio de melhor documentário no Festival de Cannes de 2024.
Questões ambientais, assédio sexual e violência de género, a ocupação israelita da Palestina, a luta pela independência das mulheres saharauis, histórias de mulheres curdas e yazidis, refugiados e migrações forçadas, racismo e colonialismo são temas que este ano marcam o festival, a decorrer até 06 de novembro, em seis locais de Lisboa: Cinema São Jorge, Cinemateca Portuguesa, Museu do Aljube, Casa do Comum, ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa e Goethe-Institut.
Com duração de dez dias, mais dois do que no ano passado, a 12.ª edição do Olhares do Mediterrâneo - Women’s Film Festival inclui 33 estreias nacionais, quatro mundiais, três europeias e uma internacional, num total de 41 filmes inéditos em Portugal, numa programação global que abrange documentário, ficção, cinema de animação e experimental, que pretende "dar voz e visibilidade às histórias contadas por mulheres", oriundas de países do Sul da Europa, Norte de África e Médio Oriente, em redor do Mediterrâneo, "na sua multiplicidade de temas e estilos, e privilegiando narrativas não estereotipadas".
As quatro secções competitivas, integram 53 filmes, entre os quais os portugueses "Mulheres, Terra, Revolução", de Rita Calvário e Cecília Honório, e "Isto não é um Jardim", de Marta Pessoa, na competição de longas-metragens; e, nas curtas-metragens, "Amanhã Não Dão Chuva", de Maria Trigo Teixeira, "As Minhas Sensações São Tudo o Que Tenho Para Oferecer", de Isadora Neves Marques, "Há Ouro em Todo o Lado", de Rita Morais, e "O Jardim em Movimento", de Inês Lima.
A Competição Começar a Olhar, dedicada a filmes de escola, também conta com cinco produções nacionais assinadas por Ainá Xisto, Carolina Vaz Rebelo, Irina Oliveira, Marina Schneider e Luísa Villas-Boas.
Na Cinemateca Portuguesa, de 3 a 06 de novembro, serão exibidos quatro filmes de duas cineastas - a bósnia Jasmila Žbanić e a sérvia Mirjana Karanović -, centrados na violência, nos genocídios da Guerra Civil Jugoslava (1991-2001), e nos rastos que deixou na vida das pessoas.
A programação do Olhares do Mediterrâneo inclui ainda "sessões para famílias", com filmes para o público mais novo, debates após as projeções e 'workshops'.
O festival, que se proclama determinado a "Semear Resistências, Cultivar Utopias", é uma iniciativa da Olhares do Mediterrâneo - Associação Cultural com o CRIA - Centro em Rede de Investigação em Antropologia.
Mais informações no site do evento.

