Portugal no Festival de Berlim

13/02/2025
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O ICA está mais uma vez no Festival de Berlim, que arranca hoje e decorre até 23 de fevereiro, com o intuito de promover o Cinema e Audiovisual Português. Há quatro obras com assinatura nacional no programa.
A longa-metragem "Duas Vezes João Liberada”, da realizadora portuguesa Paula Tomás Marques, compete na secção Perspectives, que substitui a antiga Encounters no Festival Internacional de Cinema de Belim, e que destaca as primeiras obras. A obra acompanha João, uma atriz de Lisboa, que protagoniza um filme biográfico sobre Liberada, uma figura que desafiava as normas de género e foi perseguida pela Inquisição Portuguesa no século XVIII. Escrito por Paula Tomás Marques e June João, que também protagoniza o filme "explora os desafios de reconstruir e representar histórias queer no cinema, refletindo sobre os modos de escrita da História, as limitações narrativas de uma produção cinematográfica e o papel da atriz no processo criativo”, de acordo com as informações divulgadas pela agência Portugal Film.

A produção é de Cristiana Cruz Forte e Paula Tomás Marques, em coprodução com a Fúria de Boi. 

Na secção Forum apresenta-se "La Memoria de las Mariposas”, da peruana Tatiana Fuentes Sadowski. Esta coprodução com a portuguesa Oublaum Filmes, é um documentário experimental que evoca as vítimas indígenas do comércio da borracha no Peru, combinando a história da realizadora com a de duas crianças trazidas à força para a Europa. O filme é descrito como "uma viagem pessoal através dos arquivos da Amazónia que liga pesquisa e especulação”, no qual a realizadora entrelaça a sua própria história com a de duas crianças indígenas levadas à força para a Europa.

"Mirage: Eigenstate”, do artista indonésio Riar Rizaldi, também com coprodução portuguesa, foi selecionado para a secção Forum Expanded sendo parte de um projeto de longa duração sobre ciência, ficção e tecnologia, que inclui uma exposição atualmente patente no Hangar - Centro de Investigação Artística, em Lisboa. Inspirado na série de TV "Cosmos”, de Carl Sagan, esta obra desafia a predominância da ciência ocidental e abraça visões de mundo pluralistas – desde o misticismo sufista tropical ao monorealismo até teorias da mecânica quântica.

A série portuguesa de ficção "Espias” foi uma das 17 produções televisivas internacionais escolhidas para antevisão no Berlinale Series Market, que decorrerá em paralelo ao festival entre 16 e 19 de fevereiro. Criada por Pandora da Cunha Telles e realizada por João Maia e Laura Seixas, esta produção da Ukbar Filmes com a Polónia, ambienta-se na segunda guerra mundial, numa fase em que Portugal já não corre perigo de ser invadido e centra-se nas redes de espionagem falsas. Sete espias aventureiras e destemidas vão afundar submarinos, raptar agentes, traficar, chantagear, e acima de tudo lutar pelas suas vidas. "Espias” inspira-se em eventos reais ocorridos entre 1942 e 1945 e nas vidas de notáveis espiões como Popov, Garbo ou Brutus.

O argumento desta obra com 7 episódios foi escrito por Pandora da Cunha Telles, Mário Cunha, Raquel Palermo e Cláudia Clemente. O elenco conta com Madalena Almeida, Maria João Bastos, Ana Vilela da Costa, Lúcia Moniz, Gabriela Barros, Kelly Bailey e Daniela Ruah, às quais se juntam nomes como Adriano Carvalho, Adriano Luz e Diogo Morgado. 

A 75.ª edição do Festival Internacional de Cinema de Berlim vai decorrer até ao dia 23.

 

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