Queer Lisboa regressa a 19 de setembro com histórias de amparo e cumplicidade

04/09/2025
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Há quase três décadas a divulgar o cinema queer, a 29ª edição do festival celebra o poder de criação e resiliência da cultura e identidade queer. Oferece uma programação com 104 filmes de variadas geografias, alguns premiados em grandes festivais de cinema internacionais.
A programação deste ano do Queer Lisboa é, segundo a organização, "um espelho do conturbado mundo de hoje, sem deixar de relembrar as muitas histórias de superação e as lições do passado”. Inclui alguns dos títulos exibidos no circuito internacional de festivais, como o vencedor da competição de longas internacionais do festival de Sundance deste ano, "Cactus Pears”, de Rohan Parashuram Kanawade ou "Laurent dans le vent”, do trio Anton Balekdjian, Léo Couture e Mattéo Eustachon que estreou na secção paralela ACID no Festival de Cannes. 

O Queer já tinha revelado informações sobre as secções temáticas e filmes de abertura e encerramento. Hoje desvendou o programa completo.

Num cartaz que conta com mais de uma centena de filmes, oriundos de diversas geografias, também estarão muitas outras propostas inéditas em Portugal, que abordam temas variados como expressões de transfobia, a gestão de migrantes na Europa, o genocídio na Palestina, o discurso público conservador de regimes autoritários, os abusos sexuais na Igreja, e o ativismo queer.

Em Lisboa, o Queer vai receber 112 cineastas, 54% são homens cisgénero, 30% mulheres cisgénero, 16% pessoas trans ou não binárias, e 40% são cineastas BIPOC.

A Competição de Documentários privilegia, este ano,  os retratos de pessoas e de lugares, mais ou menos remotos, tomando o pulso à diversidade e riqueza da existência queer. Entre os destaques da organização, constam "Ceci est mon corps” de Jérôme Clément-Wilz, que marcará presença no Queer.

Vinte títulos compõem a Competição de Curtas-Metragens, uma delas é portuguesa: "Neko”, de Inês Oliveira, e retrata uma experiência trans iniciadora vivida no seio de um grupo de adolescentes numa gentrificada Lisboa. 

Na Competição In My Shorts (Curtas-Metragens de Escolas Europeias), figuram 10 filmes de diversas instituições, nomeadamente: DFFB (Berlim), ESCAC (Barcelona), EZEQ (San Sebastián), Filmuniversität Babelsberg Konrad Wolf (Potsdam), KASK & Conservatorium / School of Arts Gent (Gante), La Fémis (Paris), Le Fresnoy (Tourcoing) e Université Bordeaux Montaigne (Pessac). 

Nesta secção compete "Icebergs”, do realizador português residente em Berlim, Carlos Pereira, um filme sobre o vazio e o entorpecimento.

No programa Panorama - dedicado a destaques do circuito internacional, assim como a documentários de espectro temático mais alargado sobre a cultura queer - este ano surgem títulos que celebram figuras como as de Camila Sosa Villada, Ney Matogrosso, Venus Xtravaganza, Peter Hujar, Sally Gearhart ou Alexina B., e outros que espelham contextos atuais, como a ascensão da extrema-direita. É disto exemplo o documentário italiano, "My Boyfriend el Fascista”, de Matthias Lintner, onde o realizador, esquerdista, filma a relação com o namorado, Sadiel Gonzalez, migrante cubano em Itália e defensor das ideologias da extrema-direita.

Dois novos documentários portugueses – "Esta Mulher É um Homem”, de André Murraças e Flávio Gil, e "O Meu Reino para um King”, de Sónia Baptista e Raquel Melgue  serão apresentados sob a alçada Gender Play. Propostas que, segundo o Queer procuram "construir uma reflexão sobre questões de performatividade de género”.

Da programação anunciada, consta um programa de festas, que passa pelo Purex Clube –tornado Bar Oficial do festival – e uma noite na Casa do Comum.

 

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